sábado, 30 de janeiro de 2016

Cerejais - Porta da Misericórdia

Uma das marcas do Jubileu Extraordinário da Misericórdia é a existência das "Portas da Misericórdia". A primeira foi aberta pelo próprio Papa Francisco, em Roma, no dia 8 de dezembro seguindo-a a abertura de outras portas por todo o mundo católico.
Em Portugal serão 151 as igrejas jubilares, existindo  em cada uma porta com um simbolismo especial, capazes de conceder aos crentes indulgência plenária.
Na diocese Miranda/Bragança são 5 as Portas da Misericórdia que foram abertas nas seguintes datas:
13 de dezembro de 2015 – Catedral em Bragança; 03 de janeiro de 2016 – Concatedral em Miranda do Douro; 10 de janeiro de 2016 – Basílica do Santo Cristo em Outeiro; 17 de janeiro de 2016 – Santuário de Nossa Senhora de Balsamão e  24 de janeiro de 2016 – Santuário do Imaculado Coração de Maria em Cerejais.
A cerimónia levou largas centenas de pessoas ao Santuário dos Cerejais onde o o bispo D. José Cordeiro presidiu à cerimónia. Estavam presentes crentes do Arciprestado de Moncorvo, mas também vindos de locais mais distantes do distrito.


Cerejais - Abertura da Porta Santa
Abertura da Porta Santa do Ano da Misericórdia no Santuário de Cerejais | Diocese Bragança-Miranda Data: 24-Jan-2016Local: Cerejais, Alfândega da Fé
Publicado por Alfândega da Fé, concelho em Terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Cantar dos Reis 2016

 No dia 9 de janeiro o Auditório Dr. Manuel Faria enchei-se para mais uma gala dos Reis, no concelho de Alfândega da Fé.

Boas Festas vimos dar
P'ra manter a tradição
Estamos aqui p'ra cantar
Com toda a satisfação.
Grupo de Concertinas de Sambade
Ano Novo, Ano Novo,
Ano Novo, melhor ano
Nós vimos cantar os Reis
Como é lei de cada ano.

Nós andámos toda a noite
Toda a noite e todo o dia
A ver quem chega primeiro
Aos pés da Virgem Maria.
Grupo de Cantares de Carrazeda de Ansiães

Nós vimos cantar os Reis
Não é p'ra ganhar dinheiro
É p'ra lembrar
O dia 6 de janeiro.
Grupo de Cantares de Sambade
Foi a primeira vez que tive o prazer de estar presente numa destas galas, mas fiquei positivamente surpreendido pela qualidade dos grupos presentes e pela postura do publico presente, que esteve atento e deu os aplausos merecidos após cada actuação.
Grupo de Cantares de Alfândega da Fé
Nós somos a voz do povo
que os Reis gosta de louvar,
trazemos o Ano Novo
e muita força p'ra cantar.
Trazemos o Ano Novo
e muita força p´ra cantar.

Andamos p'la noite escura
caia neve ou faça frio,
sem medo nem amargura
cantamos ao desafio.
Sem medo nem amargura
cantamos ao desafio.
Coro da Cruz Vermelha de Mirandela
Não estava à espera, mas reencontrei bons amigos nos grupos visitantes. O facto de ter uma vida bastante nómada, em parte pelo prazer da fotografia, mas também por motivos profissionais, faz com que tenha conhecimentos em muitas localidades do distrito.
Grupo de Cantares de Alfândega da Fé
Senhores meus que estais à lareira
Nós vimos pela formosa noite fria
Com muito gosto as Boas Festas dar,
As Boas Festas tão cheias de alegria.

Venham depressa que entremos
Já nos cheira a salpicão
Venha a caneca pró lume
É que trás animação.
Grupo de Cantares de Carrazeda de Ansiães
Nós vimos p'la formosa noite escura
Pois está frio nem sequer faz luar
Nós desejamos que tenham Boas Festas
Paz, muita paz, alegria a todo o lar.

Dai-nos do trigo, nozes e marmelada
Dai-nos bom vinho, abri esses tonéis
Dai-nos do porco, chouriça bem assado
É o que quer quem vos vem cantar os Reis.

Grupo de Cantares de Alfândega da Fé
Confesso que estava à espera de maior participação por parte de grupos do concelho, quer freguesias ou associações culturais. Não sei se em anos anteriores isso aconteceu. O certo é que os cinco grupos presentes fizeram um grande espectáculo, que ocupou toda a tarde e pedir mais seria difícil.
Independentemente da história de cada grupo, da sua qualidade e mesmo do publico que cada um está habituado a enfrentar, todos deram o seu melhor.
Estiveram presentes o Grupo de Concertinas de Sambade e dos Grupos de Cantares de Alfândega da Fé e Sambade. Os Reis de Alfândega contaram ainda com a participação do Grupo de Cantares de Carrazeda de Ansiães e do Coro da Cruz Vermelha de Mirandela. A razão de ali estarmos era festejar os Reis e esse espírito esteve sempre presente.

Andam sorrisos nos lábios
Nos corações alegria
Quer dos pobres quer dos ricos
A festejar este dia

Vivam todos os senhores
E toda a sociedade
Tenham todos Boas Festas
E muita felicidade.

Vimos dar as Boas Festas
Anunciá-las também
Já nasceu o Deus Menino
No presépio em Belém.

Em Belém foi Deus nascido
No Jordão foi baptizado
Em Jerusalém foi preso
Na cruz foi crucificado.

Quem diremos nós que viva
Que ao toro cai a bolota
Se nos querem dar os Reis
Venham-nos abrir a porta.

Despedida, despedida,
Diz a cereja ao ramo,
Passem muito bem a noite
Adeus, até para o ano.

No final da festa houve um lanche convívio para os grupos participantes.
pensei ainda ter tempo para fazer um passeio nocturno pelo jardim para apreciar os presépios ainda expostos mas fazia mau tempo e pouco pude explorar.
 Está de parabéns a organização e os grupos participantes.
Agradeço ao Grupo de Cantares de Alfândega da Fé e ao Grupo de Cantares de Sambade por me terem disponibilizado as letras dos versos que cantaram.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Lugares de Memória

A Câmara Municipal de Alfândega da Fé organizou no dia 16 de abril uma visita pela vila integrada no dia Dia Internacional dos Monumentos e Sítios. Sempre me pareceu que este dia comemorativo não era alvo da devida atenção por parte das autarquias mais próximas de mim, por isso, fiquei satisfeito pela iniciativa e compareci em Alfândega da Fé, com a família, para dedicarmos um dia À Descoberta de Alfândega da Fé.
A primeira ideia com que fiquei, quando as pessoas se reuniram na sala de exposições da Casa da Cultura José Rodrigues foi que a organização ficou surpreendida com a adesão. Mais de meia centena de pessoas, de todas as idades,compareceram para fazerem um percurso pelos monumentos e pontos emblemáticos da sede de concelho.
Para guiar a visita a autarquia tinha o historiador Paulo Costa. A fazer as "honras da casa" esta a Senhora Presidente da Câmara que mostrou agrado por tamanha adesão e também mostrou substanciais conhecimentos sobre a história da vila.
Os monumentos carregados de história, em Alfândega da Fé, não são muitos, mas os edifícios, as ruas, fontes, as capelas e cruzeiros, são alguns elementos que nos podem fazer viajar no tempo, fazer uma espécie de viagem no tempo, para começarmos a olhar para eles com outros olhos. Além desse passado que todos as localidades têm, sejam elas aldeias, vilas ou cidades, Alfândega tem também um conjunto de obras mais recentes, como painéis de azulejos, esculturas em granito, ou mesmo monumentos como a própria Casa da Cultura, que podem proporcionar um excelente passeio cultural pela vila.
A minha curiosidade não ficou completamente satisfeita. Estava à espera de ouvir algo interessante sobre cada um dos sítios visitados, algo que me levasse a fazer a tal viagem ao passado. Podiam ser dados históricos, podiam ser lendas ou tradições, podiam ser curiosidades arquitetónicas ou simples chamadas de atenção para alguns pormenores, isso aconteceu, em alguns locais, mas estava à espera de mais. Possivelmente muita coisa não foi dita porque a maioria das pessoas era de facto da vila e já devem saber tudo (ou talvez não!).
Foi uma boa oportunidade para visitar a capela de S. Sebastião e a capela da Misericórdia, mas outras podiam ter sido visitadas. Uma ocasião desta deveria ter levado a uma preparação mais cuidada para que os espaços estivessem abertos e possíveis de visitar (por exemplo as capelas da Família dos Ferreiras, do Espírito Santo ou mesmo a Torre do Relógio.
A iniciativa foi muito positiva e estou certo que este evento se repetirá nos próximos anos talvez de uma forma mais proveitosa e interessante.
Depois de um saboroso almoço num restaurante da vila (esta parte já não estava no programa no evento Lugares de Memória), rumámos aos Cerejais. O dia estava fantástico para passear e havia que aproveitá-lo.

terça-feira, 18 de março de 2014

quarta-feira, 12 de março de 2014

Sardão

Na terra onde o meu pai nasceu

Havia um carrasco
Maior do que o mar.
Do seu topo tocavam-se estrelas e manhãs
E a luz doce do luar.
Os seus galhos eram fortes,
O verde das suas folhas não tinha rival,
E era à sua sombra fresca,
Naqueles meses de um calor de rachar,
Que as gentes daqueles sítios
Paravam para descansar.
Na terra onde o meu pai nasceu
Havia uma fraga
Mais velha do que o tempo.
Do seu cume viam-se olgas e olivais
Que foram fontes de sustento.
As suas faces eram da cor dos musgos,
E era na sua grandeza,
Quando a chuva forte estava para chegar,
Que os animais se escondiam,
E os ventos fortes de leste
Gostavam de se sentar.
Na terra onde o meu pai nasceu
Havia uma santinha
De muita devoção.
Do seu rosto choviam graças e sorrisos
Que acalmavam o coração.
O seu nome era Bárbara,
E era ao seu coração de santa
Que todos dirigiam rogos e lágrimas,
Quando arribavam fogos sem rumo
E o ribombar das trovoadas.
Na terra onde o meu pai nasceu
Havia uma bela história
Que ainda ninguém quis contar.
Do seu enredo nasci eu
E muito do meu sonhar.
Por muito que os anos corram
E as ervas continuem a cobrir o chão
Nunca te esquecerei,
Ó meu querido Sardão.

 Poema de Carlos Afonso, publicado com autorização do autor, a quem agradeço esta partilha íntima.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Obra Incorporada

Trabalhos da Exposição Colectiva "Obra Incorporada" que esteve patente na Casa da Cultura de Alfândega da Fé. Out. e Nov. 2013
A exposição deu a conhecer a visão de 15 artistas, partindo todos da mesma cruz inicial.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Workshop de Micologia (II)

No dia 30 de novembro realizou-se na vila de Alfândega da Fé um Workshop de Micologia. A manhã foi ocupada com um passeio pedestre com apanha de cogumelos, comestíveis ou não, para análise e classificação na componente mais teórica do encontro na parte da tarde do dia.
À chegada à Casa da Cultura, depois de um passeio por Vales (com maiúscula, porque neste caso é serra), esperáva-nos uma prova de petiscos feitos à base de cogumelos patrocinada pela Terras de Alfândega, movimento apostado na divulgação das potencialidades gastronómicas do concelho.
O apetite já era algum depois da caminhada, mas a parte disso todas tinham curiosidade em saborear os produtos feitos por um chef e dados a provar de imediato. Não consegui reter os nomes mas provei de todos. O que mais me agradou foi Cheese cake de boletus, com caviar de mel de castanheiro! Bonito não é? O nome e o sabor! Havia também uma pasta para barrar tostas, bastante saborosa e pantorra com courgette.
Como novidade foram apresentados cogumelos cristalizados, prontos a serem utilizados em bolos-rei. Nem tudo me agradou, o cappuccino de cogumelos não me caiu bem, mas outros participantes gostaram. Todos os petiscos foram feitos com cogumelos secos, disponíveis em qualquer altura do ano.
 Depois destes aperitivos apetitosos, restou pouco tempo disponível para o almoço pelo que a opção foi mesmo recorrer a um estabelecimento logo ali ao lado da Casa da Cultura. Almocei na companhia dos elementos da Associação Xixorra, a quem agradeço a bem disposta companhia.
 Os trabalhos da tarde começaram com uma apresentação sobre o tema Morfologia e toxicidade dos cogumelos silvestre. À base de fotografias foram mostrados pormenores de espécies que, pela sua semelhança, são por vezes confundidos com variedades comestíveis.
Segui-se uma atividade mais prática, também pela Associação Xixorra, com a inoculação de Pleurotus em palha. Alguns dos participantes no workshop puderam colocar as mães na massa (neste caso na palha) e colaborar na montagem de um fardo capaz de proporcionar várias colheitas de cogumelos.
Como em quase tudo, quando de depende de uma grande multiplicidade de fatores, não é fácil fazer previsões sobre o tempo que demora, ou a quantidade que vão produzir. Deu para perceber que o equipamento necessário é de fácil acesso, a execução não é morosa nem complicada e a "semente" também já é fácil de adquirir (a própria associação a vende).
Esteve também presente uma empresa AmbiFungi que comercializa cogumelos secos e embalados e também kit's para a produção doméstica de repolgas, feitos à base de borra de café.
Foi também feita a identificação de todas as espécies recolhidas durante a manhã.
O meu balanço do Workshop é bastante positivo. Agradou-me especialmente a saída de campo e a demonstração de alimentos feitos à base de cogumelos. Quanto à aprendizagem sobre as espécies de cogumelos, o assunto é demasiado perigoso, não pode ser decidido com base na dúvida. Foi interessante e positivo ouvir especialistas a falarem das espécies, mas continuarei a só colher aquelas espécies que conheço desde criança, poucas mas aquelas em que tenho (quase) a certeza de não me enganar.
É interessante verificar que a micologia está a ganhar mais e mais adeptos. Praticamente todos os municípios de Trás-os-Montes organizaram encontros sobre este tema.
Como pude verificar no início do outono no concelho de Mogadouro, se a apanha para comercialização continua a crescer corre-se o risco de se perder a "galinha dos ovos de ouro". A atividade não está regulamentada e isso é mau.